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RESENHA - O que é arte - Jorge Coli



 Resenha do Livro O que é arte Autor Jorge Coli.
Por:  Cleberton Batalha 
COLI, Jorge. O que é arte. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 2006.
          

    O livro apresenta em sua introdução a difícil missão de explicar o que é arte, para isso afirma que muitos estudos sobre o tema foram desenvolvidos na tentativa de achar a melhor resposta. Não há uma explicação definitiva e muitas vezes as teorias são diversas, De forma que deixa nossa mente cada vez mais confusa. Como solução o autor  diz que cada pessoa tem sua ideia do que é arte, a partir de sua vivência cultural, mesmo que seja de maneira simples.


  Nessa composição do que possa ser arte, preferimos certas produções artísticas como mais importantes que outras através da nossa afeição, por aquilo que consideramos esteticamente belas. Mais há uma inquietação, ou mesmo um recuso por obras mais modernas, ou contemporâneas como no caso do mictório de Marcel Duchamp. Assim nossa ideia de arte é balizada e imprecisa. 
 
   Em seu primeiro capitulo A instauração da arte e os modos do discurso, Coli trata do discurso que vai originar a importância de uma obra com relação à outra, esse discurso vai promover ou não a permanência do status de tal obra de arte. Para isso esse trabalho artístico vai ser inserido em um estilo, que devera atender determinadas características, tais como expressão, sistema plásticos, literário, musical empregado pelo artista. 

   Assim, Coli descreve que “quando conhecemos o estilo de um autor, reconhecemos com facilidade sua produção.” Sobre estilo nos referimos ao impressionismo, surrealismo, romantismo e rococó, por exemplo, que são rótulos, etiquetas que tentam delimitar produções artísticas, mas essas classificações são complexas e sempre transcendem os limites impostos.

RESENHA DO LIVRO - O que é arte  - Jorge Coli

   No capítulo segundo, Crítica, história da arte, categoria e sistemas, Coli vai diferenciar a função do critico de arte para o historiador de arte, o primeiro analisa a obra e selecionam-nas, classificando-as ou desclassificando-as, a partir é claro do conhecimento da história das produções artísticas. Já o historiador de arte evita julgamentos de valores, mas também os seleciona de acordo com os objetivos por ele escolhidos. Para ilustrar tal função do historiador de arte, o autor vai apresentar alguns exemplos, tais como o de Wolffin , D’Ors e Focillon, o primeiro vai tentar construir uma metodologia mais rigorosa da historia da arte, já d’Ors conceitua o estilo barroco de forma estática e agrupando-o. Já Focillon vai tratar do classicismo como algo plano que promoveu o apogeu das formas artísticas, encontrando equilíbrio perfeito entre fugitivo e passageiro. 

  Arte para nós é o terceiro capítulo que aborda o museu como algo imaginário Ou seja, criamos a idéia de transcendência cultural e historia da arte. A arte “para nós” como coloca Coli é a capacidade do ser humano de recuperar o número infinito de objetos, com tudo isso nos percamos o seu papel e sua destinação. Sua sobrevivência acontece quando as dispomos em instituições como museus, cinemas e biblioteca para se ter um acesso mais facilmente. Porém há obras que se perdem no tempo, ai mesmo porque foram construídos na efemeridade.

   A arte como algo supérfluo, no quarto capítulo Jorge Coli inicia seu texto citando a fala de Mario de Andrade que diz que a arte não é um elemento vital, mas é um elemento da vida, ou seja, ele questiona o papel que um objeto utilitário antes tinha acaba se perdendo quando o tornamos um objeto artístico. Como o exemplo do saleiro de Bevenuto Cellini realizado para o rei Francisco ll da Franca, ou a roda de bicicleta de Duchamp. Nesse caso, a obra de arte tem um duplo registro: o do “supérfluo” e o das funções sociais e econômicas. 

   Coli apresentar também um pouco da historia do mercado da arte, que se inicia no século XV com simples comerciantes de objetos gravuras e quadro. Depois no fim do século XlX surge o marchand, encarregado de comercializar as obras de alguns artistas, grande disseminador e que valoriza o trabalho artístico. Na arquitetura, cinema, televisão, ópera e pintura. A valorização se dar de maneira diferente, Jorge Coli cita as pintura de Picasso ou Cézanne que torna a obra mais cara por conta de sua assinatura, já nas outras se darem de forma diferente.

RESENHA DO LIVRO - O que é arte  - Jorge Coli

   Além do duplo registro que a arte tem: do interessado e do gratuito, que significa que o objeto artístico tem funções sociais e econômicas precisas e que necessita de um conjunto de setores para salva-guarda. A outra função é a de distinguir e valorizar uma elite, pois desde muito tempo, o papel da arte é superior, elitizada.

   Sobre a razão esta está intrinsecamente presente no objeto artístico, de sua concepção e sua fabricação, mas a obra completa apresenta elementos que tiram a idéia do racional e se comunica com o público por meio da emoção, do espanto e de outros sentimentos. Mas há exceções como é o caso do artista Seurat que utilizava de estudos físicos para concepção de suas obras. 

   Nas palavras de Coli, “a arte tem assim uma função que poderíamos chamar de conhecimento (...) e seu domínio é o do não racional, do indizível, da sensibilidade.” resumindo com arte aprendemos o mundo que nos rodeia, através das emoções e razões que uma obra de arte nos provoca.  Não significa que o contato com a arte não mude nossa relação com o mundo, mas melhora nossa relação com o mesmo.

   No último capítulo, Jorge Coli vai aborda o tema: A frequentação. Iniciando pela sensibilidade eu é inerente a observação de uma obra de arte, o autor explica que os objetos artísticos estão intrincados na cultura e isso provoca a crítica das noções de sensibilidade e nota, “fluição espontânea”. Ou seja, uma depende da outra para ser entendida, assim uma obra pode ser compreendida se for essencial àquela cultura. O discurso enriquece a obra de arte, mas não o esgota apenas trás informações sobre as mesmas. Os objetos artísticos dialoga com os textos escritos, porém não podemos ficar presos aos escritos, devemos sempre fazer a frequentação a museus. Apesar de estarmos engendrados num ambiente visual que estimula uma leitura rápida dos símbolos e imagens, devemos ao olhar uma obra de arte analisá-la com minuciosidade, diferente do olhar cotidiano. 

Coli pergunta: como ter acesso as obras de arte em um país como o Brasil? Onde a maioria da população não tem condições de pagar por esse acesso. Explica que a arte “pura” chega resumidamente por meios de Tv ou rádio sendo que o interesse real é os lucros. Assim o autor coloca que o esforço em entender uma obra, esta lado a lado com o esforço pelo seu interesse e também por seu acesso. 

Concluindo, o autor termina afirmando que tratou apenas da obra de arte, como objeto acabado e não do conceito de Arte que ele destaca com A maiúsculo. Sabe que é incapaz de defini-la, pois se assim o fizesse teria tratado da estética e não da obra. Também não apresentou o artista, nem tampouco a história da crítica de arte, diz que sua abordagem foi apenas a relação espectador obra. 

Resenha do Livro O que é arte Autor Jorge Coli.
Por:  Cleberton Batalha 

Texto elaborado no 2º período de Licenciatura em Artes Visuais - UFS e disponibilizado no blog Arte na Nett.


ATUALIZAÇÃO 12/03/2019 ! Esse texto foi elaborado a um bom tempo... Aceito sugestões e espero que ajude os nobres colegas e pessoas que pesquisam sobre as Artes. Meu Whats: (79) 9 9950-4226 Também aceito parceiros que queiram publicar textos no Blog ou ajudar no projeto.  Cleberton.





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